magalud (magalud) wrote in potterslashfics, @ 2008-02-09 12:16:00 |
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Zauber - Capítulo 14
Mais um cliffie! Oh não! Quem poderá nos salvar? Não sei como vocês agüentam, people. :)
Capítulo 14 – Severus e a angústia
O velho mago encarou Draco com os olhos azuis frios e duros como diamantes no gelo. Severus estremeceu. Dumbledore disse apenas uma palavra a Draco:
– Fora.
Draco não pestanejou. Baixou a cabeça e saiu pela porta o mais rápido que pôde.
Severus estava angustiado, apertando a túnica rasgada contra seu corpo, encolhido:
– Por favor... Senhor...
Dumbledore sentou-se na cama e o envolveu em seus braços:
– Calma, minha criança. Eu sei, eu sei de tudo.
Severus quis evitar, mas não pôde, as lágrimas que se seguiram. Por um instante, Severus temeu a ira de Dumbledore. Agarrou-se a ele com força, implorando:
– Por favor, senhor, não puna o Lord. Acho que ele ficou muito mais perturbado com minha ausência do que pensei. Talvez ele não soubesse direito o que fazia...
Dumbledore acariciou os cabelos de Severus, como se ele fosse uma criança assustada:
– Não se preocupe com isso. Ele ficou aborrecido, como era de se esperar. Mas ele continua sendo manipulador e mentiroso. Ele não quer que você acredite em amar e ser feliz, Severus. Não vou deixar isso acontecer.
Severus não respondeu, mas afastou-se de Dumbledore, tentando não encará-lo. O velho mago continuou:
– Mas eu preciso cumprimentá-lo. Um de seus testes diz respeito à compaixão. Seu pedido para que eu poupasse Lord Voldemort o fez obter uma vitória neste teste.
– E também era um teste a violação de meu corpo? Porque por ele – olhou para a porta, referindo-se a Draco – eu não sinto qualquer compaixão!
– Não, claro que não. Eu lamento tanto por isso, Severus. Acho que terei mesmo que punir Draco. É uma tristeza. Eu não gostaria de ter que fazer isso.
Neste momento, a porta se abriu violentamente. Sirius Black foi o primeiro a entrar, seguido por Shacklebolt e Moody. Atrás deles, tentando se certificar de que não havia perigo, estava Peter Pettigrew, encolhido.
– Soubemos de uma perturbação na Torre – justificou Sirius. Ele olhou Severus e fechou a cara. – O que aconteceu com você?
– Lord Voldemort fez uma visita – disse Dumbledore. – Não quis ficar para o chá.
– Maldito! – xingou. – Ele tentou resgatar Snape?
– Na verdade, não.
– Ele trouxe Lucius Malfoy – ofereceu Severus.
Dumbledore ergueu-se, sugerindo:
– Senhores, Severus está bastante sobressaltado com o que aconteceu. Por que não o deixamos descansar?
Eles se retiraram, e Severus ficou só com os seus pensamentos. Eram perturbadores. Ele trocou de túnica e deitou-se novamente, passando os acontecimentos em sua cabeça.
Estava prestes a entregar seu coração a Harry. Mas não sabia o que o rapaz pensava a seu respeito.
O que você realmente acha de mim, Harry?
Naquele momento, Harry estava dormindo, mas, ao contrário de Severus, não dormia sozinho. Havia pelo menos mais três candidatos naquele quarto, além de Ron e ele mesmo: Neville, Dean e Seamus. Eles tinham recebido instruções de que o primeiro voto a cumprir seria o voto de silêncio. Podiam conversar entre si, mas com mais ninguém.
De manhã cedo, eles tomaram um café frugal de composto de cereais, pães e suco. Depois eles se separaram – Harry e Ron para um lado, Neville para outro e Seamus e Dean para outro corredor. Eles teriam provas específicas.
O sol estava alto no céu quando Severus recebeu sua primeira tarefa. Com uma bandeja na mão, ele teria que ir a um cubículo e servir os noviços que lá estivessem.
Qual não foi sua surpresa ao ver Harry e Ron no cubículo. Ron parecia particularmente feliz em vê-lo:
– Comida!
E se atirou na bandeja, provando várias guloseimas de uma só vez.
Harry nada disse. Severus foi até ele:
– Olá, Harry. Não quer comer um pouco?
Impedido de responder pelo voto de silêncio, Harry decidiu não olhar para Severus. Ele não entendeu e insistiu:
– Harry?
O rapaz mal podia se agüentar de vontade de responder. Jamais teria imaginado que seria tão difícil cumprir o voto de silêncio. Justamente Severus tinha vindo trazer a refeição!...
Severus estava confuso e magoado. Por que Harry o ignorava? Será que ele magoara o rapaz sem saber?
– Harry, por que não responde?
Sem saber o que fazer, Harry pegou a gaita e pôs-se a tocar. A atitude arrasou Severus.
– Você não me ama mais, não é?
O coração de Harry se apertou. Para que Severus não visse sua fraqueza, ele se virou de costas para o homem que amava.
Severus, contudo, reagiu muito mal.
– Eu ia perguntar se você algum dia chegou a me amar. Mas você já respondeu tudo o que eu queria saber quando me deu as costas.
A gaita encantada soou desafinada. A voz de Severus também falhou ao dizer:
– Pode ter certeza de que não o incomodarei mais. Adeus, Harry.
E saiu porta afora, ignorando Ron, que comia alegremente. O ruivo ouviu a porta bater e indagou, de boca cheia:
– Fe deu ne’e?
Quando olhou para Harry e viu duas grossas lágrimas escorrendo pelas faces, Ron sabia que algo estava muito errado.
Na verdade, Ron não podia sequer imaginar o quanto as coisas estavam erradas.
Próximo capítulo: Os momentos de dúvida e angústia atormentam Severus