magalud (magalud) wrote in potterslashfics, @ 2008-01-11 00:12:00 |
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Flor Vermelha (3/12)
E o título é...
Capítulo 3 – Galatea
Durante o resto do sábado e praticamente todo o domingo, Severus (ou Proserpina) ficou trancafiado no dormitório feminino. Ele teve lições de etiqueta à mesa, vestuário feminino, artigos cosméticos para pele, unhas e cabelos, comportamento feminino, práticas bruxas para minimizar cólicas menstruais, flerte e provocação para meninos.
– Você não vai usar seu conhecimento para tirar vantagem de alguma menina depois que voltar a ser homem, vai, Severus?
– Claro que não.
– Prometa. Prometa sob pena de ser obrigado a fazer uma cirurgia plástica Muggle!
– Claro que eu prometo, Narcissa. Caso você não tenha notado, eu não gosto de mulheres. Não nesse sentido, quero dizer.
– Mesmo? – Ela olhou para ele, um olhar clínico. – E você não tem nenhum sentimento por Lucius? Quer dizer, nesse sentido?
– Quando eu era mais novo, eu tive uma quedinha por ele. Mas agora não! Juro que não.
Ela sorriu:
– Claro que teve, querido. Quem não teria? Meu Lucius é perfeito, um sonho para qualquer homem ou mulher. Mas ele é meu, entendeu? Se você se insinuar para meu Lucius, você nunca mais vai recuperar aquilo que perdeu. E, se recuperar, eu arrancarei com minhas próprias mãos.
– Eu disse que não tinha mais nenhuma queda por ele – defendeu-se Severus. – Somos bons amigos, só isso.
– Ótimo. Então, pronto para amanhã enfrentar as feras?
– Tenho medo – confessou ele, baixinho. – Será que vou me lembrar de tudo isso?
– Bobagem, você vai se sair muito bem. No primeiro dia, tente ficar comigo o mais que puder. Apesar de termos horários diferentes, vou tentar estar com você o máximo possível. Lembre-se de dizer que, em Durmstrang, as meninas não têm tantas preocupações com a apresentação pessoal e a vaidade é desencorajada.
– Certo. Vai ser uma grande desculpa para não usar perfume. Todos esses que você sugeriu me dão dor de cabeça. E acho que eles podem até interferir com minhas poções.
– E os cabelos? Já aprendeu como prendê-los?
– Não posso só usar uma fivela?
– Assim vai ficar sem vida, desvalorizado. Agora que seus cabelos estão limpos e um pouco alongados, por que não simplesmente usar um enfeite? Aqui. – Narcissa pegou uma fivela numa caixinha e levou Severus até um espelho para as duas se olharem. – Prenda assim, de lado.
Severus suspirou, olhando Proserpina no espelho. Com os dedos ágeis da mão muito magra, ele prendeu a fivela com uma flor vermelha, preservada graças a um feitiço. Calendula officinalis, lembrou mentalmente. Saber o nome da flor lhe trouxe alívio. Aquilo o fez lembrar que ele ainda era Severus, por baixo de todo aquele aparato feminino. Foi um pequeno conforto a que ele se deu direito naquele momento.
Internamente, ele estava apavorado. Tanto que nem sequer dormiu naquela noite.
No dia seguinte, após colocar a saia cinza, as meias ¾ com o friso verde de Slytherin, a gravata de sua casa e olhar-se no espelho demoradamente até acertar a fivela com a flor vermelha, Severus seguiu Narcissa até o Salão Principal. Os demais Slytherins observaram a moça desconhecida ainda que familiar. Mas, como bons membros da casa, nada comentaram abertamente, especialmente quando Narcissa desencorajou os mais curiosos com olhares reprovadores.
A atenção de todos foi desviada pela voz do diretor Dumbledore, animadamente cumprimentando:
– Bom-dia. Após um final de semana revigorante, vamos retornar às nossas atividades com afinco e alegria. Hoje, especialmente, gostaria que me ajudassem a dar as boas-vindas a Proserpina Prince, prima de Severus Snape.
Centenas de olhos se voltaram para Severus. Ele sentiu o rosto ficar quente e baixou o olhar. Dumbledore continuou:
– A Srta. Prince vai assistir às aulas no lugar do primo, que precisou se ausentar da escola por motivos particulares. Peço que tratem nossa convidada de maneira cortês e civilizada, fazendo-a experimentar em primeira mão a conhecida hospitalidade de Hogwarts. E agora, vamos comer!
A comida apareceu magicamente, e Severus abaixou a cabeça para evitar os olhares. Isso, claro, não impediu ninguém de encará-lo. Os murmúrios se espalhavam em todas as mesas.