PSF ModSquad (psf_modsquad) wrote in potterslashfics, @ 2007-12-15 11:46:00 |
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Feliz Natal, Kaho!
De: Abaixo do ralo
Para: Senhorita Mizuki
Título: Pequenas besteiras...
Classificação: R / Dark
Personagens: Sirius Black x Severus Snape
Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas pela J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bros. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.
Avisos: Linguagem homicida. Relação ódio/amor, destrutiva. Snape's pov.
PEQUENAS BESTEIRAS...
- Miserável. - eu disse por entre meus dentes trincados.
- Eu? Miserável? - o eterno ar de deboche que insistia em impregná-lo. A vontade de esbofeteá-lo não quer me deixar - Não sou eu quem tanto deseja destruir meus amigos.
- Eu não quero destruí-los. - rebato, parando de etiquetar um frasco de poção - Aliás, eu não queria. Agora eu quero que todos se explodam!
- Só agora? Pensei que já desejasse isso a mais tempo.
- Não, eu estava preocupado demais tentando arranjar uma forma de ter você só para mim.
Ponho o frasco a seu lugar e pego mais quatro para etiquetar. Sirius está impaciente. Não que isso seja uma novidade. Mas é divertido vê-lo tentar se conter, quando na verdade tudo o que mais deseja é me tirar o fígado pela garganta. Ele cruza o espaço que nos separa em poucos passos e, com um baque surdo, apóia ambas as mãos sobre a grande mesa de madeira, fazendo os frascos tremerem por alguns instantes.
- Remus está puto comigo. E não é só ele.
- Não mesmo. Acredite. - digo, olhando dentro de seus olhos cinzentos. Quero que ele saiba que não é o único prestes a ter um acesso de raiva aqui - Se depender de mim, você também está ferrado.
- Por que eu acho que essa conversa não vai a lugar algum?
- Talvez porque você só tenha tentado me matar duas noites atrás e saiu impune. Eu sempre soube que a família Black fedia. Só não pensei que você seguisse a risca e fosse tão baixo.
Uma câmera no momento seria um bom utensílio, visto que ver o Black a minha frente sem palavras era algo realmente raro. Ele trinca os dentes e inspira fortemente, sem ao menos piscar os olhos. O grifinório sabe que isso amedrontaria qualquer idiota, não a mim.
- Se eu sou baixo, você é pior. Se esgueirando pelos cantos à procura de qualquer coisa que pudesse desmoralizar um deles... - fecho mais ainda a expressão em meu rosto, enquanto termino de etiquetar o último frasco e os coloco no lugar com um feitiço simples - Quem sabe, algo para me derrubar? Vindo de você, não me espantaria.
Eu já disse que odeio quando põem meu caráter à prova? Principalmente quando é ele a fazê-lo?
Cedo à minha vontade. Minha mão encontra a face dele violentamente. Mas não fico sem resposta. O grifinório maldito me esbofeteia sem pensar duas vezes. Eu deveria esperar por isso. Tudo o que eu quero é acabar com ele, porque ele quase conseguiu acabar comigo. Sem pensar em mais nada, pego-o pelos cabelos e o puxo na minha direção. Ele bate com o quadril na mesa e abafa um gemido de dor. Quero enforcá-lo com a própria gravata amarela e vermelha. Mas ele não parece concordar com a minha vontade.
Como um troglodita, ele urra alguma coisa sem nexo, enquanto me puxa por sobre a mesa, fazendo todos os papéis sobre ela voarem em direções diferentes. Caímos no chão e eu não paro de puxar o cabelo dele com força. Minhas mãos doem, os nós dos dedos estão quase no limite e minhas unhas estão prestes a furar minhas palmas. Arranho a cara dele com a minha mão direita e, ao fazê-lo, ele grita de dor, enquanto vislumbro um tufo de seus cabelos entre meus dedos. Mas não importa. Ele merece... E eu ainda não estou satisfeito.
Já que sou o pior, não me privo de acertá-lo entre as pernas com o meu joelho. Sirius prontamente arregala os olhos e abre a boca - mas não deixa um som sequer escapar. Empurro-o para que ele saia de cima de mim, o que o faz cair ao meu lado. Será que Dumbledore me expulsaria se eu brincasse com Black com alguma poção? Eu poderia alegar legítima defesa. Estou cumprindo detenção numa sala cheia de poções e ainda não me recuperei do que aconteceu há duas noites. Sirius não teria o que alegar em sua defesa, e o diretor não teria como mantê-lo em Hogwarts com duas tentativas de assassinato contra mim.
Sento sobre o abdômen dele e o grifinório agarra os lados do meu tronco. Seus dedos querem me tirar pedaço. Mas procuro não dar atenção à dor que ele me inflige. Observo a prateleira a minha frente. Deve haver alguma coisa de boa serventia ao meu alcance. Porém só penso nisso por uns cinco segundos. Aproveitando da minha distração, Black me morde o ombro e me joga no chão, torcendo meu braço atrás de minhas costas. Minha cabeça encontra o assoalho velho. Mal consigo enxergar com meu olho direito, visto que com a sua mão livre, ele aperta minha cabeça mais e mais contra o chão; os dedos enroscados nas raízes do meu cabelo - a ponto de, em um descuido, quebrar meu pescoço.
A pressão dentro da minha cabeça é enorme. Não consigo decidir se ela é pior que a dor que estou sentindo em meu braço. Penso que se for para perder, que seja uma boa perda. Que Sirius quebre meu braço ou arrebente com a minha cabeça.
- Quer mesmo continuar?
- Eu te odeio, Black. - minha voz sai baixa, estrangulada. Quase não consigo respirar.
- Na mesma proporção que me ama, talvez menos. Eu devia destroçar sua cabeça agora, sabia?
- Vai se sentir melhor? - um rastro molhado sai de uma das minhas vistas. Essa é a hora que eu perco - Então faça.
Não fecho os olhos. Quero gravar o momento pela eternidade. O dia em que morro pelas mãos do miserável que eu ousei amar.
De repente, a pressão na minha cabeça se vai e sinto meu braço ser libertado na seqüência. Como um objeto qualquer, eu devo ter perdido a validade, porque o grifinório não parece que cederá mais aos meus caprichos. Os seus pés se direcionando para a porta, a mesma que ele fechou num estrondo quando entrou, me dizem isso. Eu quero que ele grite, me ofenda, me agrida. Qualquer coisa será melhor que essa indiferença que ele planeja me dar daqui por diante.
- Não vale a pena.
Malditas palavras. Não me faço de rogado. Quero ter alguma importância para ele. Mesmo que seja negativa. Viro no chão, pego minha varinha mágica e tranco a porta com um feitiço. Se ele não tentar destrancá-la, ainda há salvação... Talvez.
- O que não vale a pena? - pergunto, no fundo querendo que ele não diga 'você' - Eu, provavelmente, não?
Black continua a me dar as costas. Fecho os olhos e suspiro, antes de me forçar a levantar.
- Não vai dar certo. Não está dando certo.
- Se quer terminar, faça isso como homem, Black.
Sei o quanto ele odeia que coloquem sua masculinidade a prova ou que digam que ele não passa de um garoto. Sei disso e sinto prazer em provocá-lo.
- Não preciso. Somos dois moleques inconseqüentes envolvendo pessoas alheias em nossas artes. A travessura acaba aqui, Snivellus.
Vejo-o colocar a mão na parte interna da capa, porém sou mais rápido. Com um feitiço, faço o maior frasco no meu campo de visão vir ao meu encontro e, tomado pela raiva, lanço-o na direção de Sirius. Não penso se irá atingí-lo ou não. Só quero detê-lo. Ele não pode sair dessa sala... Ainda.
Black se vira e me fuzila com o olhar. Ele força seus dentes. Uns contra os outros. A boca está escancarada, completando a caricatura deplorável de sua face. A mão sangra. Os cacos de vidro - do frasco que a pouco estourou na porta - o ferem. Está pensando se eu vou chorar e pedir desculpas?
- Desprezível! - gritei, sem me importar com o sangue dele manchando o chão - É assim que você dispensou todas aquelas meretrizes que caíam na sua cama? - minha face deve estar se contraindo em facetas horrorosas, mas não quero saber. Dói. As palavras dele doem mais do que suas ações. Quero ferí-lo - Vai ser assim que você vai jogá-lo fora?
O grifinório me pega sem jeito pelas vestes e me empurra de encontro a uma das prateleiras. Com a outra mão, ele tapa minha boca com força. Ele me quer submisso. Eu quero alguma reação dele e isso, eu acabo de conseguir.
Apesar de todos saberem que James é o melhor amigo de Sirius, poucos sabem que eles já não são tão próximos quanto antes, desde que aquele idiota começou a namorar aquela sangue ruim. Desde então, a amizade de Sirius com aquele... lobisomem só vem se fortalecendo mais e mais.
Isso me irrita. Irrita ainda mais agora que eu sei o que ele é.
Algo nesse ser de existência bizarra maravilha Black. Eu só preciso descobrir o que é exatamente. Então acabarei com o falso encanto dele e enfim, eu não terei mais que brigar pela atenção do moreno que me prende fortemente.
- Remus-é-meu-amigo. - ele diz pausadamente, quando na verdade eu sei que ele quer rosnar na minha cara - Nós não temos nada.
Não cedo. Mordo a mão dele. Não para ferí-la como a outra, mas sim para libertar a minha boca. Tenho muito a dizer, mas não sei ao certo por onde começar a acusar. Black, por outro lado, sabe o que fazer. Ele geme baixo com a mordida e desce a mão para o meu pescoço; envolve-o em seus dedos longos e não faz questão de disfarçar a clara intenção de me enforcar.
Às vezes penso que se eu pudesse, o colocaria numa redoma de cristal...
- Então por que ele te tem mais do que eu? Por que você o bajula tanto? Por que me fez ir até lá? Você queria que eu realmente morresse? Vai! Me estrangula. Vai doer menos, acredite.
As acusações saem gritantes num rompante de fúria. Se ele vai dar fim a essa agonia agora? Eu não sei. Assim como não sei o porquê dele ter me mandado para a minha provavelmente morte. Se não fosse o irritante Potter, eu não estaria tendo o desprazer de me desfazer em lágrimas que insistem em rolar pelo meu rosto - que a esse momento deve estar inchado e vermelho.
O ar parece estar escasso a cada vez que tenho que respirar mais fundo. A qualquer momento devo sufocar em meu próprio choro. Desonra. Meu orgulho está sendo jogado aos pés dele. E ele não merece. Ele nunca me mereceu. Mas é a ele que meus sentimentos se direcionam.
Onde está o maldito que disse que o amor é o melhor dos sentimentos? Certamente, fugindo, porque ele sim merece um Avada Kedavra.
Eu não desejo nada além do fim desse ciclo destrutivo, que criamos para nós mesmos. Mas se eu fosse desejar, eu não desejaria flores, nem bombons. Eu desejaria o seu coração sangrando, embrulhado num papel de seda.